23 de janeiro de 2012

Família Andaluz Juvenil S. Mamede Ventosa


No passado dia 13 de Janeiro, o Grupo Jovem da Família Andaluz voltou a encontrar-se.
Foi tempo para reflectir sobre o Baptismo e a nossa missão enquanto Baptizados.
Cada elemento, desafiado a lançar-se nos braços do Pai, reflectiu sobre a relação filial e íntima que estabelece com Deus.
Talvez, ainda não estejamos preparados para nos lançar nos braços de Deus, talvez ainda não tenhamos a confiança necessária do Filho que, sem medo, se lança. É então necessário procurarmos que a nossa vida seja um lugar de Beleza, isto é, fazermos da nossa vida uma Oração. Se o conseguirmos, então escutaremos a Voz do Pai que nos chama e saberemos qual o caminho a seguir, aí nos lançaremos.
Por agora, cada um de nós vai procurando viver com Jesus como Luiza Andaluz no namoro, na Faculdade, na descoberta da vocação, na família, com os amigos, no trabalho….

Diana Leonardo

Testemunho de Oração Vicarial de Taizé na Benedita



Foi no passado dia 7 de Janeiro que decorreu mais uma oração ao estilo Taizé da Vigararia XV, na Igreja Paroquial da Benedita, com o tema “Educar os jovens para a justiça e para a paz”, dado pelo Papa Bento XVI. De facto, preparar um momento de oração ao estilo de Taizé para o público e poder usufruir do mesmo é muito gratificante. Os cânticos repetidos, o silêncio, as meditações, o espírito que envolve todos os participantes, … Com um simples fechar de olhos sentimo-nos, por pequenos momentos, na comunidade de Taizé, tão simples e pacífica. A adoração em volta da cruz foi, sem dúvida, o momento mais marcante da noite. Já dizia o irmão Roger, fundador da comunidade, “Escuta o que te fala no silêncio. Escuta Quem te fala”. As orações de Taizé interpelam a isto mesmo: escutar. Só Ele sabe, realmente, aquilo que nos preocupa, o que precisamos, o que procuramos. Só assim conseguimos chegar à paz interior e levá-la aos outros, o que se torna urgente com a azáfama dos dias de hoje. É difícil ficar indiferente após uma oração que tanto nos toca, ajudando-nos a olhar diariamente para o mundo com um coração mais puro e atento.

Carolina Fialho

7 de janeiro de 2012

A PAZ E A JUSTIÇA

A justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano.





É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.

Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios económicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora «a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão.
A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo».

"Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados" (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.

«A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade». A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.

A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser ativos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos. «Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus» – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9).
A paz para todos nasce da justiça de cada um.

Ó jovens, que conservais viva a tensão pelos ideais: procurai com paciência e tenacidade a justiça e a paz e cultivai o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso vos possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente. Levantai os olhos para Deus!
Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: «Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio?» (Sal 121, 1). «Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor?».

O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).

Queridos jovens: não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação. Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.

Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo.

Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos.
Nunca vos sintais sozinhos!


A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.

Cf. Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz - 1º de janeiro de 2012 (sublinhados nossos)

A PAZ E A LIBERDADE!

Os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam: a verdade e a liberdade.



Santo Agostinho perguntava-se: "Que deseja o homem mais intensamente do que a verdade?" Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem?


O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus.



Assim, o fato de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável, leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa.


É essencial aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que «o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões», incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou coletivo.



Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da autêntica liberdade. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De fato, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e sobretudo com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele. A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal.


Hoje um obstáculo particularmente insidioso à liberdade autêntica é a presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”.
Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de fato, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum». Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal.


No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado. Por isso o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem caráter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.


Assim o reto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.


Cf. Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz - 1º de janeiro de 2012 (sublinhados nossos)